Palavras Domesticadas

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Uma vitrolinha na mão e uma bela paisagem


Outro dia, olhando antigas revistas, encontrei esse anúncio que ilustra essa postagem. Trata-se de um novo modelo de vitrola portátil que a Philips estava lançando. O anúncio, de 1977, dizia:

Novo eletrofone portátil Philips. O som livre como um pássaro.
O novo GF 523 Philips permite os vôos mais altos que você gosta de dar. Graças à dupla alimentação (pilha e luz), você pode levá-lo pro lugar que bem entender sem o menor problema.

Achei interessante a ilustração do anúncio, que traz o desenho de um casal caminhando por uma bela paisagem, parecendo um bosque com muito verde e árvores - um visual bucólico e até romântico para um passeio a dois. O rapaz leva na mão o aparelho, que à primeira vista se parece com uma maleta. Na parte de baixo do anúncio é mostrada uma foto da vitrola. Fico imaginando essa cena nos dias de hoje, e confesso que gostaria de poder vivenciá-la. Seria algo diferente, interessante e nostálgico.
Lembro que em minha casa havia uma vitrolinha parecida, só que um modelo mais antigo. Pertencia à minha irmã, mas eu usava bastante. Meus primeiros discos, compactos e lps, eu ouvia na velha vitrola portátil, que como a do anúncio, tinha o formato de uma maleta ao ser fechada, para facilitar o transporte, e também funcionava a pilha e eletricidade. De vez em quando pegava e levava pra ouvir discos na casa de alguém, ou sentado na calçada com amigos. Me recordo de ter ouvido pela primeira vez o disco Relayer, do Yes, na velha vitrolinha, sentado na calçada da casa de um amigo, com mais um grupo de garotos, que assim como eu, estavam descobrindo o rock.
Talvez por ter tido a companhia de uma antiga vitrola portátil para ouvir meus primeiros discos de vinil, me enchi de um sentimento um tanto nostálgico ao ver a ilustração do anúncio.

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