A revista Pop nº 4, de fevereiro de1973, trazia uma matéria sobre um show de Jards Macalé, no antigo Teatro Tereza Raquel, no Rio – espaço onde aconteceram grandes espetáculos ao longo dos anos 70. Na verdade, apesar da coluna ser dedicada à resenha de shows, a matéria fala mais da carreira e vida de Macalé, do que propriamente do espetáculo que ele vinha apresentando. De qualquer forma, aí segue o texto, assinado por Wladimir Tavares de Lima:
O que pintou na hora, a gente fez. Improviso, criação... É claro que a gente obedece a uma estruturação, mas a criação é livre. É como plantar grama no jardim. As flores nascem depois. Jards Anet da Silva “Macalé” fez questão de não se prender a nenhum planejamento, durante as quatro semanas que ficou no Teatro Tereza Raquel com seu show Meu Amor Me Agarra & Geme & Treme & Chora & Mata. Mostrando sucessos antigos como Samba de Uma Nota Só, ou revendo a carreira com Negro Gato e Gothan City, Macalé revive em duas horas dez anos de compositor e intérprete, usando sempre arranjos supernovos, agressivos e também muitos elementos de jazz. Macalé não é baiano, como muita gente pensa, mas carioca. Em 1963, com dezenove anos, conheceu Caetano e se ligou no grupo baiano. Mas só começou a carreira pra valer em 69. Formou um conjunto, o Dois, Três, Quatro, Cinco, Seis ou Sete no Balanço, e tocava em bailinhos de fins de semana. Foi violonista no show Opinião e trabalhou em mil apresentações do Arena. Estudou violão clássico com Jodacyl Damasceno, técnica de composição com Guerra Peixe e violoncelo com Peter Dauelsberg. Dirigiu shows e participou de gravações como arranjador e violonista. Em 69 apareceu no IV FIC, com Gotham City.
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